quarta-feira, 20 de abril de 2016

Tá No Sangue! – “A história do Rock Pesado Gaúcho – Anos 70 e 80”

(2014 – Livro - Nacional)
                               
Independente

O Rio Grande do Sul é um estado com suas particularidades. Todos estados brasileiros têm suas particularidades e cultura, porém alguns as têm com mais ênfase e identidade e com certeza o Rio Grande do Sul é um desses. Não poderia ser diferente com o Rock e o Metal oriundo de lá, que passa por praticamente todas as vertentes e possuem essa identidade diferenciada.

‘Tá No Sangue! – “A história do Rock Pesado Gaúcho – Anos 70 e 80”’, escrito por Luis Augusto Aguiar, Maicon Leite e Douglas Torraca, traz (também com particularidades típicas do estado gaúcho) o início da música pesada por lá. Através de uma pesquisa bem elaborada, um linguajar coloquial e típico do lugar, além de certo despojamento, descrevem através de narrativas e muitos depoimentos como o Rock invadiu as mentes da garotada.

A abrangência só descartou o que nasceu de origem comercial e deu espaço ao Rock clássico, ao Metal tradicional e extremo e até ao Punk Rock de forma democrática, mostrando que, na realidade e apesar das tribos serem mais extremistas, todo mundo ali estava no mesmo barco.

É imprescindível como os autores conseguem levar o leitor a viver e imaginar a cena de Porto Alegre e interior gaúcho numa viajem que não necessita sair do lugar. Por sorte (ou mérito?) os depoimentos de músicos e viventes da cena enfatizam isso e reforçam essa trilha que vai se tornando mais interessante ao adentrar páginas à frente.

A despretensão de querer se dissertar ou provar algo é nítida, sendo que a história é contada em retalhos causando uma leitura tranquila e prazerosa. Passa pela Loja Megaforce (principal ponto dos ‘rockeiros’ na época), Av. Osvaldo Aranha, Bar João e outros points da capital e interior.

‘Tá No Sangue!’ mostra ação tanto em cima dos palcos pelos shows e festivais, quanto nas tretas entre tribos e com a polícia (o que era fatídico nos anos 80), tem drama - como o sofrimento para ver os grandes shows que abriram portas na época como Van Halen, Motörhead e Quiet Riot - e comédia, muita comédia regada à inocência dos tempos que a internet não dava o ‘mamão com açúcar’ para jovens digerir como hoje.

O início com Taranatiriça, Astaroth, Leviaethan, Spartacus, Replicantes e outros tantos nomes do Rock/Metal gaúcho aqui está para a posterioridade e é obrigação qualquer ‘headbanger’ brasileiro que se diz apoiador da cena nacional ler esse livro, inclusive os jovens que saberão o que foram tempos difíceis, até porque um segundo volume chegando ainda mais perto dos tempos atuais vem aí.


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